Os condomínios podem pegar empréstimos? Essa é uma dúvida frequente entre os síndicos! Saiba se é viável ou não, efetuar essa operação em nome do condomínio. É importante lembrar que é preciso cuidar de todo o montante arrecadado, saber distribuir entre os pagamentos aos colaboradores, aos terceirizados, as contas fixas e as despesas inesperadas, além de separar um valor para fundo de reserva. Sabemos que não é uma tarefa simples a ser realizada. É mais complicado quando a inadimplência bate na porta e os recebimentos não seguem em dia, dificultando a possibilidade de um planejamento.
Para administrar o condomínio da melhor forma possível, é necessário arrecadar dinheiro suficiente para arcar com toda a estrutura. Para isso, existem as cotas condominiais e os fundos de reserva. Para os síndicos que não realizaram um bom planejamento no início do mandato, pegaram o condomínio no vermelho ou se perderam nas finanças, independentemente do motivo, as instituições financeiras passaram a atuar com linhas de crédito, voltada para os condomínios.
O que antes parecia impensável, já que não havia empresas especializadas para tal serviço, se tornou realidade. Atualmente, é possível contar com um empréstimo bancário, de cooperativas e financeiras especializadas, se necessário. É preciso ir com calma, porque existem regras e etapas para isso.
Em geral, é possível solicitar o auxílio financeiro para serviços em geral relacionados a obras, como reformas de fachada, da parte elétrica ou hidráulica, troca de elevadores, adequações obrigatórias do laudo de vistoria do corpo de bombeiros ou outras obras emergenciais.
O valor também pode ser aplicado para cobrir o fluxo de caixa e as temidas inadimplências, tirando o condomínio do vermelho e realizando o pagamento de colaboradores em dia. Um dos exemplos comuns de receios é o fim do ano, quando há necessidade de quitar o décimo terceiro salário.
Bom ou ruim?
Aí vem o motivo que faz os síndicos pensarem e repensarem se devem recorrer aos empréstimos: ele é bom ou ruim para o condomínio?
Captar esse recurso deve ser apresentado em assembleia para votação, já que o síndico não tem poder para simplesmente pedir o empréstimo sem ciência e aprovação dos demais.
Existem prós e contras e tudo deve ser levado em consideração e, mais importante, compartilhado com os demais.
Veja abaixo alguns aspectos importantes:
Pontos positivos
– Colocar as contas em dia e tirar o condomínio do vermelho;
– Atualizar os pagamentos de colaboradores e de terceirizados;
– Realizar uma obra emergencial e inadiável, que esteja colocando o condomínio em risco;
– Fazer uma benfeitoria, que valorizará o condomínio.
Pontos negativos
– Burocracia no momento da solicitação e prazos de recebimento;
– Taxa de juros, o que pode dificultar os pagamentos;
– Afetar a saúde financeira do condomínio no longo prazo.
É preciso avaliar
Pense com calma se solicitar um empréstimo para condomínio é a melhor saída para salvar a sua gestão. E, mais do que isso, avalie todas as condições impostas pelas empresas, pois isso será decisivo para você e os demais condôminos.
Dependendo do caso, identifique se não é possível arrecadar o valor em rateio com os demais condôminos. Claro que isso está sujeito à situação e ao valor, mas, por exemplo, para uma obra emergencial ou de pequeno valor, pode ser uma boa opção. Além de não necessitar da comprovação e de tantos documentos, eliminam-se os tão temidos juros.
Caso obter um empréstimo para condomínio seja a única opção viável, leve para a aprovação na assembleia e garanta unanimidade na votação, afinal, um condomínio é composto por pessoas e um síndico não pode contrair uma dívida com juros em nome dos condôminos. Além do mais, transparência é tudo, então seja sempre transparente com todos.