O crescimento exponencial de carros elétricos no Brasil aponta para uma transformação no mercado automotivo e, consequentemente, imobiliário. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Espírito Santo se destacou em 2023 com um crescimento de 169% no número de emplacamentos de veículos elétricos. Essa alta demanda tem levado condomínios a se adaptarem, seja instalando novos pontos de recarga ou planejando a infraestrutura desde a construção.
Patrícia Sperandio, vice-presidente da Associação Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), destaca que a instalação de tomadas para carros elétricos se tornou um tema frequente em reuniões de condomínio. Mas com a novidade, surgem também dúvidas, sobre principalmente a divisão dos custos e os riscos envolvidos.
A instalação de estações de carregamento em condomínios exige planejamento e a colaboração de profissionais. Para garantir a segurança e a conformidade, siga estes passos.
O primeiro passo é contratar um engenheiro eletricista qualificado para avaliar a capacidade elétrica do prédio. Ele fará um estudo técnico para determinar se a estrutura pode suportar o aumento de carga e quantas estações de carregamento podem ser instaladas. A falta desse estudo pode levar a sérios problemas, como curtos-circuitos e até incêndios.
“Uma instalação incorreta, sem o aval de um especialista, pode levar a um mau funcionamento da estrutura, desligamento involuntário e até mesmo a incêndios”, alerta o engenheiro eletricista João Olívio.
Após receber o laudo técnico, o síndico deve convocar uma assembleia para apresentar a situação e decidir os próximos passos. Se a maioria dos moradores aprovar a instalação, os custos serão divididos de acordo com o acordo estabelecido. O laudo técnico e o projeto do engenheiro devem ser apresentados nesse encontro. É crucial definir a responsabilidade pelos custos:
Antes de iniciar a obra, é fundamental entrar em contato com a seguradora do condomínio para verificar se a apólice de seguro cobre incêndios ou outros sinistros causados por veículos elétricos. Se a apólice não oferecer essa cobertura, a seguradora deverá ser consultada sobre a possibilidade de ampliação do seguro para evitar riscos.
O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) ainda não tem uma regulamentação específica sobre o tema, mas a instituição já criou uma comissão para estudar os procedimentos em emergências envolvendo veículos elétricos. O órgão recomenda algumas medidas de segurança:
Ao adotar essas recomendações, os condomínios podem se adaptar à nova realidade dos carros elétricos de forma segura e eficiente.